Importante Relatório de ONU Mulheres: Economia Razoável ou Feminismo Radical?

By Wendy Wright

NOVA IORQUE, EUA, 1 de maio (C-Fam) O relatório anual recentemente publicado da agência da ONU para as mulheres aponta para uma lacuna fundamental entre os países membros da ONU e a burocracia da ONU.

O relatório chama atenção para a necessidade de redes de segurança social para mulheres vulneráveis, inclusive viúvas, aposentados, e os que prestam assistência paga ou não paga para outros, todas as questões que têm amplo apoio na Assembleia Geral.

Mas, também pede políticas sociais que têm sido frequentemente rejeitadas por países membros da ONU, tais como “educação sexual abrangente,” aborto não só legalizado, mas também subsidiado por financiamento estatal, e uma definição de igualdade baseada em resultados que busca eliminar os efeitos das diferenças entre os sexos por meio de ações governamentais intrusivas.

A introdução declara “o conceito central e orientador do relatório: igualdade real para as mulheres.” A noção de igualdade real, que está integrada no tratado da ONU de direitos das mulheres (CEDAW), é que o tratamento igual dos sexos sob a lei não é suficiente, mas que os países devem ter representação igual de mulheres e homens em todas as esferas públicas e privadas.

O relatório reconhece a importância de assistência e trabalho doméstico sem pagamento — dos doentes, idosos e crianças — e os chama de “o alicerce de toda a atividade econômica.” O relatório brevemente pede a redução das cargas desse trabalho por meio de iniciativas locais e nacionais, tais como acesso à água, eletricidade e sistemas de apoio social.

Muito mais atenção é dada à ideia de redistribuir trabalho de assistência igualmente entre homens e mulheres, tanto no lar quanto nas profissões tradicionais de assistência, tais como ensino, enfermagem e assistência social.

Essa redistribuição de trabalho não tem sido bem-sucedida nem mesmo nos países mais progressistas famosos por seu igualitarismo, tais como a Noruega. “Incentivar os homens a assumir ocupações feminizadas” instituindo subsídios ou cotas tem sido ineficiente, confessa a ONU Mulheres.

Igualdade real exige transformar não só as instituições, mas também as “convicções, normas e atitudes que as moldam, em todos os níveis da sociedade.” A ONU Mulheres insiste em tais mudanças radicais, apesar de ser incapaz de citar um país que as tenha plenamente implementado.

A ideia de igualdade real tem sido avançada principalmente por acadêmicas feministas, inclusive membros do comitê da CEDAW, que rotineiramente repreendem os países para que liberalizem suas leis de aborto no nome de garantir a igualdade das mulheres.

A teoria apoia o trabalho de grupos pró-aborto como o Centro de Direitos Reprodutivos, que argumenta que “igualdade real para as mulheres é comumente ligada a direitos reprodutivos e a autonomia das mulheres de decidir o curso de suas vidas,” postulando que sem o aborto, as mulheres não conseguirão alcançar seu pleno potencial.

O sistema de igualdade real está também em conflito com as leis de países como os EUA em que é uma grande razão por que o tratado da CEDAW não foi ratificado. Testificando na Comissão Judiciária do Senado em 2010, a Dra. Susan Yoshihara do C-Fam argumentou contra a ratificação da CEDAW porque “o estilo de igualdade de gênero no tratado é baseado em resultados e não oportunidades, e assim é incompatível com a lei americana.”

O relatório faz observações convincentes acerca da situação difícil das mulheres que têm negados serviços sociais e proteção legal devido à viuvez, idade avançada, deficiência ou por terem dedicado boa parte de suas vidas a servir seus amados. Mas não prevê nenhum jeito de suprir suas necessidades sem radical intrusão governamental em decisões pessoais, refazendo sem precedente e sem evidência a imagem da natureza dos sexos, de uma forma que reflete as opiniões das especialistas das elites feministas na ONU em vez das comunidades diversas do mundo.

Tradução: Julio Severo