Quem É Jeffrey Sachs e Por Que Ele Estava no Vaticano?
NOVA IORQUE, EUA, 15 (C-Fam) No mês passado o Vaticano foi criticado por fazer parceria com Jeffrey Sachs, comprovadamente o principal defensor do controle populacional do mundo. Poucos sabem de sua postura pública em favor do aborto como um jeito de reduzir a fertilidade.
Sachs moderou e co-patrocinou uma conferência do Vaticano sobre mudança climática no mês passado. Embora uma mudança do ensino católico provavelmente não esteja em andamento, as boas-vindas para Sachs em Roma atraíram fortes críticas dos que conhecem o trabalho de sua vida.
Ele fez um apelo para legalizar o aborto como um modo econômico de eliminar “crianças indesejadas” quando a contracepção falha em seu livro de 2008 “Commonwealth: Economics for a Crowded Planet” (Comunidade: Aspectos Econômicos de um Planeta Lotado de Gente).
Ele descreve o aborto como uma “opção de risco e custo mais baixos” do que trazer uma nova vida humana ao mundo.
Ele também ardorosamente escreve que a “legalização do aborto reduz o índice de fertilidade total de um país de forma significativa, em até metade de um filho em média,” e critica Ronald Reagan e George H.W. Bush por negarem financiamento, por meio da Política da Cidade do México, aos grupos que fornecem e promovem o aborto.
Sachs aparece na lista como autor da nota introdutória de uma declaração adotada por cientistas e líderes religiosos na conferência do Vaticano, que validou a teoria de que a atividade humana está mudando o clima da terra. Diferente da declaração, a nota introdutória com um emblema do Vaticano na parte mais importante fala da população do mundo como um problema.
Sachs é um guru de desenvolvimento que deixa muito a desejar, mas que ganhou fama aconselhando países sobre mudar para uma economia de mercado depois do comunismo. Ele foi o principal arquiteto das Metas de Desenvolvimento do Milênio, e tem sido o braço direito do secretário-geral da ONU sobre desenvolvimento na maior parte dos últimos quinze anos.
Durante a implementação das Metas de Desenvolvimento do Milênio ele defendeu incessantemente que os países excluíssem “saúde sexual e reprodutiva” e “direitos reprodutivos” do plano, depois que eles foram inicialmente deixados de fora, e foi parte das maquinações que acabaram levando à inclusão deles por causa e contra objeções da Santa Sé e dos Estados Unidos.
Sachs é o herdeiro legítimo dos desacreditados alarmistas populacionais do século vinte que avisavam contra a “bomba populacional” e desenvolveram o conceito da limitada “capacidade de cuidado” da Terra.
Em seu livro de 2008 ele louva a adoção generalizada dos programas de planejamento familiar nas décadas de 1960 e 1970, ainda que fossem amplamente reconhecidos como tendo sido coercivos e desumanizadores. Mas de acordo com Sachs “os elevados índices de fertilidade são nocivos ao desenvolvimento econômico.”
Ele frequentemente fala da humanidade transgredindo “fronteiras planetárias” e da ameaça de um planeta excessivamente lotado. Ele tem sido líder no desenvolvimento e promoção da teoria do “dividendo demográfico,” que diz que os países precisam investir em planejamento familiar e reduzir a fertilidade antes de poderem experimentar desenvolvimento. Essa teoria tem sido criticada por não dar como resultado nenhum dividendo em regiões inteiras, onde os índices de fertilidade têm caído de maneira precipitada nas duas décadas passadas, e por enfatizar de modo insuficiente os riscos correspondentes das populações que estão envelhecendo rapidamente.
Esta não é a primeira vez que Jeffrey Sachs é honrado no Vaticano. Ele deu a palestra principal na Pontifícia Academia de Ciências em 2013. Na biografia incluída em sua página pessoal de internet ele se gaba de ter aconselhado João Paulo II sobre a encíclica “Centesimus Annus.”
A ligação de Sachs com o Vaticano parece ser o monsenhor Marcelo Sánchez Sorondo, chanceler da Pontifícia Academia de Ciências, que realizou a Conferência do Vaticano na semana passada junto com a Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável de Sachs. Sánchez Sorondo é membro do Conselho de Liderança dessa organização.
O prelado do Vaticano não respondeu a pedidos por email solicitando comentários tanto na semana passada quanto nesta semana sobre as reações de intelectuais católicos e os meios de comunicação pró-vida criticando como os dois mais poderosos defensores do aborto e controle populacional receberam uma plataforma no Vaticano.
Tradução: Julio Severo
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