Grupos Abortistas Batalham para Reganhar Terreno Perdido em Metas de Desenvolvimento da ONU

By Stefano Gennarini, J.D. | December 26, 2015

NOVA IORQUE, EUA, 24 de dezembro (C-Fam) Depois de perderem espaço de políticas da ONU que dominaram durante a década passada, grupos abortistas estão tentando mais uma vez canibalizar a atenção dedicada à saúde materna em políticas da ONU.

Grupos abortistas estão tentando forçar sua participação em debate de políticas que eles achavam dominavam até recentemente. Eles estão gritando “aborto inseguro” como uma medida de sucesso sobre saúde maternal nas Metas de Desenvolvimento Sustentável — um novo acordo da ONU com metas sociais, econômicas e ambientais universais que controlarão bilhões de dólares em assistência de desenvolvimento na próxima década.

Mais de uma dezena de grupos participaram de uma consulta da ONU no mês passado, pedindo mudança. Para grupos abortistas e agências internacionais onde quer que o aborto seja ilegal é considerado “inseguro” e portanto prejudicial para a saúde materna.

A consulta de novembro foi obtida graças a países que compartilharam a preocupação da Santa Sé de que o acordo de desenvolvimento da ONU seria usado para promover o aborto. Na consulta online eles especificamente pediram para que o aborto fosse mantido fora dos indicadores estatísticos que detalharão como o progresso sobre as metas serão medidos, e portanto quais políticas e investimentos deveriam ser feitos para implementá-los.

Grupos abortistas fizeram resistência numa direção diferente.

Eles estão transtornados que o sistema da ONU para a saúde materna — uma área em que eles fizeram ganhos significativos na década passada — está sendo completamente reestruturado, e tudo está livre, para quem quiser. Além disso, as Metas de Desenvolvimento Sustentável mais uma vez excluíram um direito ao aborto.

A divisão internacional da Federação de Planejamento Familiar estava entre os que pediram para desagregar dados em mortes maternas por causa, inclusive aborto.

Marie Stopes, o maior provedor de abortos no mundo, pediu um indicador especificamente sobre “abortos inseguros por 1.000 mulheres de idade reprodutiva.”

Alguns grupos estavam abertos sobre suas aspirações.

A Campanha Internacional pelo Direito das Mulheres ao Aborto Seguro foi um dos vários grupos que disseram que mortes devido ao aborto inseguro ocorreram porque mulheres tiveram “acesso negado a serviços de aborto seguro por parte da lei criminal de seus países.” Uma organização com sede nos EUA chegou a afirmar que mudar as leis para permitir o aborto poderia “imediatamente” impedir 26.000 mortes de aborto inseguro a cada ano.

A estratégia de grupos abortistas segue um desgastado manual de estratégia usado por várias décadas agora, para manipular e falsificar dados de saúde materna para promover o aborto legal.

Enquanto grupos abortistas pediram para desagregar os dados sobre as causas de mortes maternas, grupos que trabalham especificamente na melhoria da saúde materna não sinalizaram isso como importante, frisando em vez disso como outros indicadores estatísticos são necessários.

A Coalizão Internacional de Defesa sobre Nutrição, que inclui grupos de saúde materno-infantil como 1000 Days, pediu que um indicador sobre anemia fosse incluído sob as novas metas da ONU explicando como a anemia contribui em 20% de todas as mortes maternas, mas não é fatorada em métodos tradicionais para mortes maternas, ou até mesmo as causas principais de morte materna.

Outros grupos pediram para continuar a monitorar o acesso à assistência pré-natal e auxiliares qualificados de parto, como a ONU fez sob sistemas anteriores de saúde materna.

Esses comentários de promotores de saúde materna refletem o que a comunidade de saúde materna sempre soube. Mudar as leis de aborto não melhora a saúde maternal.

Os dados de saúde materna entre as regiões e entre o Norte e o Sul mostram como todas as causas de mortalidade materna diminuem com o tempo quando os investimentos certos em saúde materna são feitos — assistência pré-natal, auxiliares qualificados de parto, assistência obstétrica emergencial e nutrição e hidratação.

Essas são as intervenções que, comprovadamente, reduzem todas as maiores causas de mortes maternas, inclusive complicações resultantes de hemorragia, hipertensão, infecções e aborto. Desagregar dados não mudará o fato de que que as intervenções de saúde materna realmente salvam vidas.

Tradução: Julio Severo