Painel da ONU sobre Correção Política Choca Jovens Guerreiros da Justiça Social

By Rebecca Oas, Ph.D. | March 21, 2016

NOVA YORK, 18 de março (C-Fam) Ontem à noite, durante a Comissão das Nações Unidas sobre o Estatuto das Mulheres (CSW), os críticos sociais Michael Walsh e Stella Morabito desafiaram uma sala repleta de ideólogos de gênero, ao levantarem os perigos totalitários da Correção Politica, um desafio que recebeu muita resistência inclusive de um jovem de barba que usava brincos, que se definiu como um “Genderqueer” (GQ ou não-binário).

Morabito advertiu que o crescimento do politicamente correto e a crescente aplicação da ideologia de gênero pela lei e pela pressão social ameaça a liberdade e conduz ao totalitarismo. “Uma das características dominantes do politicamente correto é que ele isola as pessoas umas das outras”, disse ela, argumentando que a repressão da expressão e a censura à liberdade de expressão ameaçam as relações pessoais, que são a base da felicidade humana.

“A ideologia de gênero, mesmo que esteja baseada na liberdade e na autenticidade, vem com um conjunto muito rígido de regras para o discurso público”, disse Morabito, o que leva a leis a “impor o silêncio sobre o que significa ser humano.”

“Estamos lidando com uma forma de individualismo que é tão extrema que simplesmente não é sustentável.”

O crítico de música Michael Walsh, autor do livro “The Devil’s Pleasure Palace” explicou como a arte, assim como as conversas, é uma vítima do politicamente correto.

“O humor deixa de existir quando você já não pode tirar sarro de ninguém, e as comédias de Hollywood sofrem muito com isto.” Ele citou como exemplo o caso recente e amplamente divulgado do atleta olímpico Bruce Jenner que se declarou transgênero, e chamou a atenção para como foi possível um homem de vestido ter sido usado como piada em filme de Mel Brooks chamado “Os Produtores”. “Se trata do Bruce Jenner ou é uma comédia do Mel Brooks? Bom, e hoje, o Mel Brooks poderia fazer este filme?”

Embora ambos palestrantes concordam que o discurso público não é melhor quando ofende intencionalmente alguém, como disse Morabito, “a liberdade de expressão se dedica a proteger o discurso ofensivo, quando você chega até a ele.”

Walsh se baseou em suas experiências em visitas à União Soviética antes de seu colapso. “A dificuldade que todo sistema fascista e totalitário possui é uma brecha entre a realidade e o que eles dizem para você, que se torna tão grande que, eventualmente, entra em colapso por si só”

Apesar do evento ter acontecido durante o último horário do dia, o local estava lotado, e as discussões que surgiram após as apresentações dos palestrantes eram empolgantes, e tiveram que ser interrompidas devido ao limite de tempo.

Um estudante chamado Walsh disse “racistas, homofóbicos e transfóbicos.” O jovem que estava usando brincos insistia no direito da sociedade de impor novas visões da realidade, incluindo novas ideias sobre gênero. Em alguns momentos, o debate pegou fogo.

Uma estudante chamada Lopez acusou os palestrantes de terem o privilégio de serem brancos e disse que ela, como uma Latina, estava em desvantagem na sociedade. Morabito lhe contou que sua avó viu seu avô ser crucificado durante o genocídio armênio. Walsh contou que sua avó veio para os EUA como imigrante sem falar nem sequer uma palavra de inglês.

Em suas últimas análises, ambos autores fizeram uma advertência: entre a noção cada vez mais individualista dos direitos humanos e a crescente pressão para redefinir a humanidade em termos de ideologia de gênero, liberdade de expressão e capacidade das pessoas de  se conectarem umas com as outras; definindo isto como um risco.

Em particular, Morabito alertou sobre como o politicamente correto ameaça as instituições que servem como um “freio” entre os indivíduos e o Estado, incluindo as famílias e as igrejas: “Com o politicamente correto nós perdemos a sociedade civil.”