Reunião da ONU Mulheres Expõe Divisão
NOVA YORK, 18 de março (C-Fam) Em uma sala de conferências, mulheres que haviam sido resgatadas do ISIS pediram ajuda à comunidade internacional. Em outra, mulheres assinaram uma demanda exigindo o fim dos painéis exclusivamente masculinos em qualquer conferência.
Esta é a disparidade de prioridades exibidas esta semana na Comissão Anual da ONU sobre o Estatuto da Mulher (CSW) – por um lado, os horrores vividos por milhares de mulheres e meninas e, por outro, demandas sobre carreiras e direitos feministas.
Mais de 6.000 pessoas vieram a Nova York para a a 60ª sessão da Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW), uma conferência anual de duas semanas da ONU para promover a igualdade das mulheres. Mas os pontos de vista sobre o que significa a igualdade são tão diversos quanto os vestidos coloridos dos delegados africanos são diferentes das calças dos seus colegas europeus.
As diferenças vistas na CSW mostraram algumas brechas entre as feministas – e alguns estranhos parceiros. Entre as questões polêmicas estava, por exemplo, o debate sobre se a prostituição deve se tornar legal. A ONU Mulheres, uma agência fundada para representar todas as mulheres, apoia a descriminalização da prostituição – uma posição que tende a ser representada por homens e mulheres abastadas.
Laurence Rossignol, uma politica francesa socialista, conhecida principalmente por promover o aborto, criticou o lobby em defesa da legalidade da prostituição em um painel com pessoas ex-capturadas do ISIS. É hipocrisia, disse ela, tentar impedir o tráfico humano, mas legitimar a prostituição.
Uma jovem sobrevivente Yazidi contou que o ISIS está matando os homens de sua família e de sua comunidade e, em seguida, vendendo meninas com mais de 9 anos de idade. Ela foi entregue a 10 homens a cada hora, algumas vezes, todo o dia. No entanto, nenhuma solução foi oferecida pela comunidade internacional para ajudar as mais de 3.400 mulheres e meninas que continuam em cativeiro, nem as milhares de pessoas presas nas fronteiras.
“Nós recebemos muita injustiça destes grupos terroristas e a injustiça também ocorre através da comunidade internacional, que está em silêncio sobre esta questão”, disse ela.
Uma refugiada síria descreveu que alguns homens pegam três ou quatro noivas, meninas, e em seguida, as libera para a prostituição. No Líbano a compra de sexo é protegida por lei. A maioria dos compradores de sexo são europeus.
Na semana que estas sobreviventes falaram na ONU, o site da Anistia Internacional proclamou: “DESCOBERTA: Reformas legais importantes na Noruega poderiam mudar a vida de pessoas transexuais”. A proposta da Noruega reduziria o limite de idade para uma criança definir legalmente seu gênero.
Enquanto isso, o chefe do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) twittou em celebração a CSW que “Todas as #meninas precisam de serviços de #saúde reprodutiva para ajudá-las a que possam evitar a #gravidez durante a infância ou adolescência e fazer uma transição saudável para a idade adulta.”
O Tweet de Babatunde Osotimehin veio em um momento estranho. Apenas quatro dias após que o The New York Times relatasse que o ISIS está usando métodos contraceptivos e o aborto, que se enquadram em “serviços de saúde reprodutiva”, com o objetivo de manter as escravas sexuais disponíveis para serem estupradas.
Outra agência da ONU anunciou que sua parte na promoção da igualdade de gênero é não participar ou sediar mais painéis de discussão exclusivamente masculinos. O Pacto Global da ONU promove práticas empresariais responsáveis. E planeja incitar as 8.500 empresas associadas a se comprometerem que seus homens irão recusar convites para falar e buscarão incentivar que as mulheres tomem os seus lugares.
Táticas que dependem de cotas e não de mérito, muitas vezes terminam estigmatizando as pessoas, mesmo aquelas que foram escolhidas por mérito, segundo críticos.
Isto desafia a noção de igualdade de gênero. Iguais em número, em valor, ou em realizações?
E assim se aprofunda a divisão entre as mulheres na CSW.
View online at: https://c-fam.org/friday_fax/reuniao-da-onu-mulheres-expoe-divisao/
© 2024 C-Fam (Center for Family & Human Rights).
Permission granted for unlimited use. Credit required.
www.c-fam.org