Testemunhas Falam para a ONU sobre Genocídio de Cristãos no Oriente Médio

By Rebecca Oas, Ph.D. | May 2, 2016

NOVA YORK, 29 de abril (C-Fam) Detida por sequestradores terroristas, uma mulher iraquiana chamada Khalia resistiu quando exigiram que ela abandonasse sua fé cristã. Sua história foi contada na ONU esta semana, juntamente com outros relatos de atrocidades sofridas por cristãos e minorias religiosas no Oriente Médio nas mãos do Estado Islâmico, ou ISIS.

De acordo com especialistas, 80% dos atos de perseguição religiosa que ocorrem em todo o mundo são cometidos contra cristãos. Em um evento organizado pela Santa Sé junto com CitizenGO, Mas Libres e In Defense of Christians (IDC), especialistas e vítimas apelaram à comunidade internacional para acabar com a violência, fornecer apoio humanitário para as vítimas e assegurar a liberdade religiosa para os cristãos e outras minorias religiosas.

Definir a situação como genocídio é um passo importante para garantir uma resposta adequada. No mês passado, os Estados Unidos declararam formalmente as ações do Estado Islâmico como genocídio, junto com o Papa Francisco e o Parlamento Europeu. Esta constatação dos EUA foi colocada, em parte, em um relatório apresentado pelos Knights of Columbus e IDC. O relato de Khalia também aparece nas quase 300 páginas do relatório.

Isto marca a segunda vez que tal determinação foi feita pelo governo dos EUA; e o crime continua ocorrendo, disse Carl Anderson do Knights of Columbus à uma multidão na sede da ONU esta semana. Apesar das evidências existentes hoje serem suficientes para determinar que se trata de genocídio, Anderson salientou que ainda há muito para ser descoberto. “Provavelmente o que conhecemos hoje seja somente a ponta do iceberg.”

O nigeriano Dom Joseph Danlami Bagobiri relatou como a crescente minoria cristã no norte da Nigéria sofre com a violência continua de Boko Haram, que já matou mais pessoas do que qualquer outro grupo terrorista.

A perseguição e os deslocamentos forçados ameaçam acabar com a comunidade cristã que permanece no Iraque, disse Fr. Douglas Al-Bazi, um padre iraquiano que havia sido sequestrado e torturado. “Em breve seremos pequenos o suficiente para que o mundo nos esqueça completamente.”

Carl e Marsha Mueller levaram o público às lágrimas quando falaram sobre a coragem e a compaixão de sua filha durante o cativeiro brutal ao qual ela foi submetida pelo ISIS na Síria. Kayla Mueller, uma trabalhadora de ajuda humanitária americana, recusou-se a abandonar sua fé, inclusive corrigindo um dos sequestradores que assumiu que, sob pressão, ela havia aceitado se converter.

A adolescente yazidi Bahar Zndnan passou seis meses e 12 dias como prisioneira de sequestradores de 13 anos de idade do Estado Islâmico, ou ISIS. Ela e outras meninas foram vítimas de violência sexual, as mulheres mais velhas foram mortas, e os rapazes yazidis foram enviados para campos para serem submetidos a uma lavagem cerebral e para serem treinados como futuros terroristas do Estado Islâmico.

O ISIS buscam erradicar os grupos minoritários, atacando os elementos mais fundamentais que os unem e que definem suas identidades: a estrutura familiar, seus lugares religiosos e símbolos, disse a Dra. Elisa von Joeden-Forgey, uma estudiosa em genocídio.

Vários oradores pediram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que levassem a situação ao Tribunal Penal Internacional. No dia 20 de abril, a British House of Commons votou por unanimidade que se declare que o ISIS está cometendo genocídio. O governo britânico tem, até agora, se recusado a movimentar-se. Assim como os EUA, o Reino Unido tem um assento permanente no Conselho de Segurança.

O evento lançou um congresso de três dias chamado WeAreN2016 em Nova York, que também fará a estréia de “Insha Allah – Blood of the Martyrs”, um documentário sobre os cristãos perseguidos.